Quem é Margarida Rebelo Pinto?
Que faz Ondjaki neste post?
Para a primeira questão não tenho uma resposta muito clara, porque tenho sempre recusado a leitura da obra da autora, a qual, dizem, é light, portanto, mesmo que a lesse, não correria o perigo de engordar, suponho. O que me impressiona mesmo não é a qualidade literária de certos livros - está visto que a maior parte dos leitores não é muito selectiva -, mas sim as atitudes. Isto vem a propósito da polémica a que assisti esta semana acerca do que escreveu João Pedro George no blog esplanar sobre M.R.P. e que agora ia ser publicado em livro (Couves & Alforrecas. Os Segredos da Escrita de Margarida Rebelo Pinto). A dita senhora não quer que se fale mal da sua obra, daí a polémica providência cautelar. Pergunto outra vez: quem é Margarida Rebelo Pinto? Mais uma questão: onde está a liberdade de expressão a que o autor da crítica tem direito? Ela tem medo da quebra nas vendas? Pois com essa atitude salazarenta é que as vendas vão à vida. Sim, porque o leitor, mesmo que seja português, não é tolo.
Quanto à segunda questão, devo dizer o seguinte: a polémica a que acima me refiro perturbou-me a leitura de um dos contistas mais sensíveis e arriscadamente criativos que li nos últimos tempos - Ondjaki. A colectânea E Se Amanhã O Medo, duas vezes premiada, congrega histórias de uma África tão viva e mística quanto vibrante e aventurosa, com as múltiplas variações dos dias e das noites, dos sonhos brancos e dos ritos sonoros. Ondjaki é um escriba de hoje. O resto são couves e alforrecas...