terça-feira, fevereiro 14, 2006

Hoje, um pequeno poema...

Rosa da Gardunha


Para M.C.


Quando o monte respira
Essa frescura
Das manhãs coloridas,
Friorentas,
Quando flores se vestem
Da brancura
De sagradas feridas sangrentas,
Eis que nasce uma rosa,
Cereja menina
Das eternas azenhas
Bonina, contra-mariposa.
E a ribeira na corrente
A luzerna humedecendo
Leva os pomos por amor
Lavando-os da sua dor,
Os espinhos carcomendo.
Mesmo a encosta
Assim florida
As cores todas diluindo
Sabe os ais
Todos da vida
Da rosa
E o seu destino.


Pedro Lopes

5 comentários:

Carina Branco disse...

"Je connais, moi, une rose unique au monde."
Antoine de Saint-Exupery, "Le Petit Prince"

Guarde-a com carinho.

Anónimo disse...

Obrigado, Carina. Parece-me que todas as rosas são únicas. Farei os possíveis por guardar esta com mais carinho.

Anónimo disse...

Lindo poema... Continuas a escrever divinalmente e a MC merece...

Tal como dizes, guarda-a com muito carinho, há flores raras e que são muito difíceis de encontrar...

Beijocas

Anónimo disse...

Professor Pedro, estou sem palavras...
Benditas, as palavras ditas. E tão bem ditas!

Um abraço e até sempre.

plopes disse...

Mourisca e Anónima,
Obrigado pelas palavras doces. Saibam que todas as rosas deviam ser louvadas, na presença inexorável dos espinhos, na imensa maciez das suas corolas...
Um beijo.