Fevereiro está a chegar ao fim e vem aí o Carnaval, altura para colocar ou remover as máscaras. Mas também é uma ocasião para fazer crítica social, segundo a tradição lusa. Sem dúvida que é a festa da carne; todos sabem que a seguir vem a Quaresma, período de jejum e abstinência e, portanto, há que tirar a barriga de miséria. O problema é que com as brasileirices que vão entrando nos nossos hábitos (aqui abstenho-me de falar das que são do foro linguístico), o Carnaval é já a verdadeira festa das carnes. Está visto que é um dia propício para as exibir, mas o mais ridículo é assistirmos aos abanões daquelas puras banhas portuguesas, que não dançam samba nem coisa nenhuma. Sim, dir-me-ão que essas também têm direito à exibição, mas respondam-me: é ou não de mau gosto uma salgadeira com pernas a tentar sambar? Bom Carnaval para todos!
sexta-feira, fevereiro 24, 2006
terça-feira, fevereiro 21, 2006
Escolas fechadas...
Já todos sabemos que muitas escolas do 1º Ciclo vão encerrar, para que se possa melhorar a qualidade do ensino (de acordo com o Governo). Ontem, uma notícia dava conta do encerramento de cinquenta por cento destas escolas do distrito da Guarda. Penso que se trata de um número elevadíssimo. Imaginem só isto: vocês têm um filho em idade de frequentar uma dessas escolas, residem nos confins das serras de Foz Coa, por exemplo (com todo o respeito), e a escola mais próxima fica, digamos, a trinta quilómetros. Acham mesmo que a viagem de sessenta quilómetros por dia vai melhorar as condições de aprendizagem do miúdo? E os professores? Quantos vão para o desemprego em todo o país? Grande poupança se prevê! Enfim, é o défice, não é?
terça-feira, fevereiro 14, 2006
Hoje, um pequeno poema...
Rosa da Gardunha
Para M.C.
Quando o monte respira
Essa frescura
Das manhãs coloridas,
Friorentas,
Quando flores se vestem
Da brancura
De sagradas feridas sangrentas,
Eis que nasce uma rosa,
Cereja menina
Das eternas azenhas
Bonina, contra-mariposa.
E a ribeira na corrente
A luzerna humedecendo
Leva os pomos por amor
Lavando-os da sua dor,
Os espinhos carcomendo.
Mesmo a encosta
Assim florida
As cores todas diluindo
Sabe os ais
Todos da vida
Da rosa
E o seu destino.
Pedro Lopes
Para M.C.
Quando o monte respira
Essa frescura
Das manhãs coloridas,
Friorentas,
Quando flores se vestem
Da brancura
De sagradas feridas sangrentas,
Eis que nasce uma rosa,
Cereja menina
Das eternas azenhas
Bonina, contra-mariposa.
E a ribeira na corrente
A luzerna humedecendo
Leva os pomos por amor
Lavando-os da sua dor,
Os espinhos carcomendo.
Mesmo a encosta
Assim florida
As cores todas diluindo
Sabe os ais
Todos da vida
Da rosa
E o seu destino.
Pedro Lopes
quarta-feira, fevereiro 08, 2006
segunda-feira, fevereiro 06, 2006
Agora Acontece
Há programas televisivos que não deviam existir - sobre isto já disse algumas coisas -, mas há outros que nunca deviam acabar. Lembram-se do Acontece? Pois bem, uma ventania de polémica levou-o para longe, lembram-se? Parece que não havia dinheiro para o manter mais tempo. (Pois, há destas decisões políticas inteligentes, neste país, de vez em quando.) Ora bem, para os que não sabem, aqui vai: eu escuto o programa, feito e apresentado pela mesma pessoa que antes, em duas rádios locais cá do Alentejo, uma de Alcácer do Sal e outra de Santiago do Cacém. Só vos digo: continua com a mesma qualidade de sempre, com os convidados e as entrevistas de alto nível a que estávamos habituados. Escutem, se puderem...
quinta-feira, fevereiro 02, 2006
Bill "Gatos"
Durante dois longos dias, Bill Gates andou a "cirandar" pelo nosso país. Manteve aquele ar cheio de bonomia e mansidão e, sorrateiro como um gato que andasse à caça, lá assinou uma série de contratos com o nosso governo, que, ansioso por pôr em marcha o "plano tecnológico", o adulou sem parar. Idealismo e Oportunidade - os dois pilares da cultura americana: é isto que nos ensinam na faculdade. Neste caso, não sei se os termos se aplicam, mas vejamos: idealismo, o Gates não deve ter, mas oportunidade, sem dúvida. O facto é que com esta brincadeira lá vai ele ganhar mais uns milhões largos em vendas; pior: ainda pode levar-nos alguns dos nossos melhores informáticos para o seu reino. Resultado: o idealismo, oco, é nosso, com este teatro todo. Já me esquecia: e a forma como o homem foi "lambido" pela comunicação social? Afinal quem é que os media querem enganar?
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